Paróquia São Francisco de Assis

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BICENTENÁRIO DA MORTE DE SÃO FREI GALVÃO (1822-2022)

A vida de São Frei Galvão tem muito a nos ensinar, apesar dos duzentos anos que nos separam: o desapego dos interesses pessoais; a evangelização do povo (rico ou pobre); a oração primeiro vivida e só depois ensinada; a disponibilidade diurna e noturna de servir sem pensar em ser servido.

A celebração do bicentenário da morte de São Frei Galvão, a quem o Papa Bento XVI chamou de “apóstolo da caridade sem limites”, nos deve lembrar e levar a refletir sobre o exercício da caridade que, aliás, deve ser o normal de todo batizado.

A caridade de Frei Galvão tinha duas dimensões nítidas: a sacramental (o Papa chamou a atenção sobre sua fama no confessionário e sua fama de frade eucarístico) e a prática de cada dia, que vem antes e segue a sacramental e dando-lhe sentido.

Lembremos seu cuidado com as empregadas domésticas, que o levou a fundar o Mosteiro da Luz para protegê-las; para com os escravos, sem defesa jurídica, que ele visitava na prisão e defendia diante dos juízes; para com os doentes e precisados de cuidados médicos, para quem concebeu e abençoou as famosas pílulas; para com as famílias em crise, que ele costumava visitar em casa, levando com sua visita abençoada muitas vezes a pacificação tanto entre si, quanto com a vizinhança.

Frei Galvão praticou de forma clara e continuada uma pastoral, que nunca perdeu sua atualidade: a visita às famílias, em sua casa. Não só para as festas, mas para abençoar, reconciliar, partilhar alegrias e dores, ser Cireneu (se preciso), ser anjo de Natal no campo de pastores.

Não importa se os tempos eram e são outros. O ser humano dos nossos dias continua precisando de proteção, de defesa, de saúde, de pacificação, de segurança.

Frei Galvão se santificou e santificou muita gente, vivendo o carisma da caridade, que não tem partidos. Antes de ser um anseio projetado aos tempos futuros, a santidade é, como afirmava João Paulo II, “a prioridade de todos os tempos”.

São Frei Galvão nos deu o exemplo. Sejamos nós exemplo aos que nos cercam. O Papa chamou Frei Galvão de “andarilho missionário”. São Francisco mostrou como viver como peregrinos. Jesus nos recomendou não levar vida afora nem sacola nem bastão de comando e não ter medo de crítica e aplauso.

Em linguagem bem popular: precisamos vestir a camisa de Frei Galvão, que ganhou de São Francisco, que a recebeu do próprio Jesus no Lava-pés.

 

Frei Clarêncio Neotti, OFM
Frei Paulo Roberto Pereira, OFM
Ministro Provincial

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