Paróquia São Francisco de Assis

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Cristo, nossa Páscoa! – Frei Valdecir

Março de 2023.

Cristo, nossa Páscoa!

 

Queridos Paroquianos,

“Cristo foi verdadeiramente crucificado, verdadeiramente sepultado e ressuscitou verdadeiramente. Tudo isto foi para nós um dom da graça, a fim de que, participando da sua paixão através do mistério sacramental, obtenhamos na realidade a salvação. Ó maravilha de amor pelos homens! Em seus pés e mãos inocentes, Cristo recebeu os cravos e suportou a dor; e eu, sem dor nem esforço, mas apenas pela comunhão em suas dores, recebo gratuitamente a salvação”. (Das Catequeses de Jerusalém)

Em breve estaremos celebrando a Páscoa do Senhor, com seu cinquenta dias até a festa de Pentecostes.  Na noite do sábado santo, na Vigília Pascal, ouviremos do Evangelho que dirá: “Não tenhais medo! Sei que procurais Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui! Ressuscitou como havia dito” (Mt 28,5-6). Para as mulheres temerosas, com o coração povoado de angústia e tristeza, uma voz lhes toca os ouvidos causando naquelas pessoas um misto de medo, pavor e alegria. Seus pés agora tem pressa e correm para dar a notícia aos demais discípulos. Quem tem dentro de si uma boa notícia, vive a experiência do transbordamento e precisa anunciar o que viu e escutou.

Pascoa quer dizer “passagem”. Por sua vida, paixão (sinônimo do sofrimento, da cruz, da entrega), morte e ressureição, Jesus fez a passagem da morte para a vida. Vida essa que ninguém mais lhe poderá tirar, porque o próprio Pai Lhe deu, ressuscitando-o dos mortos.

O cristão, pessoa de fé, é um anunciador da esperança e principalmente, anuncia aquilo que ainda está por vir, isto é, aquilo que é o sonho de Deus para a humanidade e toda a criação, mas ainda não se realizou plenamente. Isso nos faz lembrar a mensagem do livro do Gênesis quando diz que o ser humano foi criado e colocado para habitar um jardim, lugar da justiça, paz; onde tudo parece estar envolto numa atmosfera de integridade, harmonia. Dos versículos da criação, observa-se que o homem, no ideal inicial, possui “três tipos de relação: com Deus, com a obra criada e com o seu próximo. A relação com Deus e com seu próximo se dá dentro do jardim indicando que o jardim não é apenas o local do qual retira o seu alimento, mas é ambiente do encontro com Deus e da vivência da fraternidade (Gn 1,29-31). Por isso, ele precisa ser cultivado com o mesmo amor com que foi criado, para continuar frutificando; e deve ser guardado com cuidado, para que as relações entre as pessoas também sejam fecundas” (Texto base da CF 2017, p. 75).

O sofrimento de Jesus, ainda é uma constante em nossa sociedade. A paixão de Jesus se atualiza em cada criança que passa fome, sede e privações diversas. Na comemoração dos 75 anos da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Papa Francisco observou em seu discurso: “Para a humanidade, a fome não é só uma tragédia, mas também uma vergonha” (16 de outubro de 2020). A Campanha da Fraternidade deste ano reflete sobre o problema da fome lembrando que o apelo de Jesus a seus discípulos, continua atual, pois milhares de pessoas ainda não tem o que comer: “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16). Nem mesmo a fé, os conhecimentos mais sumários de nossa doutrina podem ser ensinados para alguém que está com fome. As chagas da paixão de Jesus continuam abertas…

Nossas celebrações pascais são muito bonitas. Podem ser cheias de poesia e profecia, testemunho de nossa fé. Que elas encham de sentido nossa vida, nos tragam paz, aumentem nossa fé, nos fortaleçam como comunidade e nos abram sempre para enxergarmos os sofrimentos e angústias de nossos irmãos e irmãs. É Páscoa, passagem! Cristo morrendo, matou a morte. A Vida venceu!

Feliz Páscoa!

 

 

Frei Valdecir Schwambach

Pároco

 

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