Foto: Seminário de Teologia Bom Pastor
Neste domingo, 8, às 15h, na Catedral da Sé, o Monsenhor Cícero Alves de França, do clero arquidiocesano, será ordenado Bispo Auxiliar de São Paulo. Ele foi nomeado pelo Papa Francisco, em 3 de março.
O ordenante será o Cardeal Odilo Pedro Scherer. Na mesma celebração, o Arcebispo Metropolitano dará posse a Dom Cícero ao ofício de Vigário Episcopal para a Região Belém; e a Dom Rogério Augusto das Neves, ordenado no domingo, dia 1o, como Vigário Episcopal para a Região Sé. Preto (SP).
A cerimônia de ordenação foi transmitida pelas mídias sociais da Arquidiocese de São Paulo, pela rádio 9 de Julho (www.radio9dejulho.com.br) e pela Rede Vida de Televisão.
A seguir, saiba alguns detalhes sobre as atribuições de um bispo, os que fazem aqueles nomeados como auxiliares e em que consiste a sucessão dos apóstolos.
O QUE É UM BISPO?
O episcopado é o grau mais elevado do sacramento da Ordem, seguido do presbiterado (padres) e diaconado (diáconos). Em comunhão com o Papa, Bispo de Roma e sucessor do Apóstolo São Pedro, os bispos são sucessores dos apóstolos, recebendo a missão de pastorear, santificar e ensinar a porção do povo de Deus (Igreja particular) a eles confiada por Jesus Cristo.
“Na pessoa do Bispo, rodeado pelos seus presbíteros, está presente no meio de vós nosso Senhor Jesus Cristo, o Pontífice eterno. É Ele, Cristo Jesus, que, no ministério do Bispo, não cessa de anunciar o Evangelho e de oferecer aos crentes os mistérios da fé. É Ele que, pelo múnus paterno do Bispo, acrescenta novos membros ao seu Corpo, que é a Igreja. É Ele que, pela sabedoria e prudência do Bispo, vos conduz, ao longo da peregrinação terrena, para a felicidade eterna!”, ressalta o texto do ritual de ordenação episcopal.
SUCESSÃO APOSTÓLICA
É a sucessão apostólica que legitima a autoridade dos bispos. Na Bíblia, um exemplo dessa sucessão pode ser visto quando Judas Iscariotes, o traidor de Jesus, deixou o grupo dos 12 apóstolos. Então, São Pedro apontou a necessidade de que alguém o ocupe seu lugar (cf. Atos 1,16-17.21-26), sendo eleito São Matias.
À medida que as comunidades cristãs eram constituídas pelos apóstolos, esses constituíram bispos, isto é, pastores, que os sucederam na missão de apascentar o rebanho, transmitindo o dom recebido do Espírito Santo de geração em geração até os dias atuais.
INSÍGNIAS
Os bispos portam consigo as chamadas insígnias episcopais, que simbolizam os valores sacramentais do ministério assumido. São elas:
Anel – Sinal da fidelidade e da união nupcial com a Igreja, sua esposa, e, por isso, o Bispo deve usá-lo sempre.
Cruz peitoral – Sinaliza que o Bispo é representante de Jesus Cristo. Da mesma forma, recorda ao Bispo sua missão de anunciar o mistério da morte e ressurreição de Jesus Cristo, nela representado.
Mitra – Usada sobre cabeça nas celebrações litúrgicas, pelo seu formato deve “apontar para o alto”, indicando que o poder do Bispo vem de Deus, o qual lhe concede a “coroa da justiça” (2Tm 4,8). Essa insígnia também simboliza a santidade à qual o Bispo é chamado a viver.
Báculo – (do latim baculus, cajado) é um bastão de metal ou outro material com uma curva na ponta, usado nas celebrações litúrgicas como símbolo de sua missão de pastor.
COMO SÃO NOMEADOS?
Os bispos são nomeados livremente pelo Papa dentre os sacerdotes do clero de uma diocese ou de um instituto de vida consagrada, após um processo de consultas secretas feitas entre bispos, padres e fiéis leigos por meio da Nunciatura Apostólica, representação diplomática do Sumo Pontífice em um país, que as envia à Congregação para os Bispos, Organismo da Cúria Romana que apresenta os nomes dos indicados com o parecer das consultas ao Santo Padre para que ele possa decidir sobre sua nomeação.
Nas Igrejas católicas de rito oriental, o bispo é escolhido por meio de um Sínodo presidido pelo Patriarca ou Arcebispo Mor em união com a Santa Sé. O nome do eleito é enviado ao Papa, que confirma a eleição e legitima a nomeação episcopal.
O Núncio Apostólico comunica a nomeação ao eleito por meio de carta, com cópia ao Metropolita da região onde ele mora. Após o aceite do eleito, é marcada a ordenação e posse da respectiva função. Em seguida, a nomeação é publicada pela Santa Sé pelos meios de comunicação oficiais. Até a publicação da nomeação, a eleição do novo bispo deve ser mantida em sigilo pontifício.
OS BISPOS AUXILIARES
O Bispo Auxiliar é um bispo titular que tem a função de auxiliar o bispo diocesano, enquanto o coadjutor é um Bispo Auxiliar com direito à sucessão.
Na Arquidiocese de São Paulo, os bispos auxiliares costumam desempenhar a função de vigários episcopais de vicariatos regionais ou ambientais. Os vigários episcopais podem ou não ser bispos e são designados pelo bispo diocesano por um bispo residencial como seu delegado em uma parte fundamental da diocese, para um determinado trabalho apostólico.
Por essa razão, o Bispo Auxiliar não é o bispo de uma determinada região episcopal ou vicariato, mas, como no caso de São Paulo, auxilia o Arcebispo no pastoreio da Arquidiocese.
(Pesquisa de informações: Fernando Geronazzo)
https://osaopaulo.org.br/destaque/monsenhor-rogerio-augusto-sera-ordenado-bispo-auxiliar-de-sao-paulo-neste-domingo/