No último domingo de setembro, nossa Paróquia deu início às festividades em honra a São Francisco de Assis, celebrando 800 anos da impressão das chagas do santo e refletindo sobre o tema “O amor deixa marcas”. A missa de abertura, presidida pelo Ministro Provincial, Frei Paulo, foi um momento de grande espiritualidade, onde a comunidade se uniu para reverenciar o legado de São Francisco, reconhecendo sua profunda identificação com Cristo e seu compromisso com o amor e a fraternidade.
Após a missa, uma emocionante procissão percorreu as ruas ao redor da paróquia, onde os fiéis carregaram velas acesas, seguindo o Crucifixo de São Damião e a imagem de São Francisco. O ato foi marcado por orações e cânticos, simbolizando o compromisso da comunidade em viver o amor de forma concreta, assim como o santo de Assis. A participação de famílias, jovens, e idosos demonstrou a renovação do compromisso com os ensinamentos de Francisco: amar a Deus e aos outros sem medida.
As festividades continuaram com o tríduo, que teve início na segunda-feira. O primeiro dia enfatizou a importância do encontro com o Crucificado, em que Frei Roberto iniciou as celebrações destacando o encontro de São Francisco com o Cristo Crucificado, um momento que o transformou radicalmente. Ele enfatizou que, assim como Francisco, somos chamados a reconhecer o amor de Deus em nossas vidas, que nos deixa marcas não apenas em nosso ser, mas também em nossas ações. Ao refletirmos sobre este encontro, fomos levados a perguntar: como o amor de Deus nos marca e nos chama a agir em um mundo que precisa de amor e compaixão?
No segundo dia, Frei Mario guiou a comunidade em uma reflexão sobre o encontro de Francisco com o leproso, que desafiou normas sociais e demonstrou um amor que vai além da compaixão. Assim como Francisco abraçou o leproso, fomos convidados a considerar quem são os “leprosos” em nossas vidas e como podemos ser agentes de transformação.
Esse amor que se materializa em ação é um eco do que celebramos no Trânsito:
o legado de Francisco, que ao longo de sua vida deixou marcas indeléveis de amor, solidariedade e cuidado.
Frei Carlos, por sua vez, trouxe à luz o encontro de Francisco com o Evangelho,
ressaltando a humildade e a simplicidade como marcas de verdadeira grandeza. Ele nos lembrou que as chagas de Francisco não eram apenas símbolos de dor, mas também testemunhos de um amor que transforma. Ao refletir sobre isso, fomos chamados a nos perguntar:
estamos abertos a viver esse amor que cura e que se expressa em nosso cotidiano?
Como podemos permitir que as marcas do amor de Cristo se manifestem em nossas vidas e nos inspirem a agir com bondade e acolhimento?
Na noite do dia 3 de outubro, celebramos o Trânsito de São Francisco de Assis, um momento especial que não apenas rememora a vida do santo, mas também suas contribuições e legados. A celebração foi presidida pelo Pároco, Frei Valdecir, OFM, e a homilia foi proferida por Frei Fidêncio, que enfatizou o tema: “O amor deixa marcas”.
Neste ano, a celebração foi ainda mais significativa, pois marcamos os 800 anos da Impressão das Chagas em São Francisco. Frei Fidêncio lembrou a todos que São Francisco, ao longo de sua vida, tornou-se um reflexo do amor de Cristo, carregando em seu corpo os sinais da cruz e as marcas do amor sublime e transformador. Ele destacou que a vida de Francisco foi uma resposta ao chamado de Cristo, um convite à reconstrução da Igreja e ao amor prático que cura e renova.
Durante a homilia, Frei Fidêncio convidou os presentes a refletirem sobre as marcas invisíveis que o amor de Deus deixa em nossas vidas. Ele destacou a importância das experiências de sofrimento e provação, que moldam e transformam nossas almas, assim como as chagas marcaram a vida de São Francisco. O amor de Cristo, ressaltou ele, não é apenas teórico, mas sim um amor que nos impulsiona a servir e a viver com simplicidade, seguindo o exemplo do santo.
Frei Fidêncio também tocou na ideia de que, ao enfrentarmos lutas e desafios, não estamos sozinhos; Deus está sempre presente em nossa história, transformando dor e sofrimento em oportunidades de graça. Ele lembrou a todos que as marcas que o amor de Deus deixa são lembretes de que, mesmo nas dificuldades, podemos encontrar renovação e vida nova em Cristo.
Ao abordar a morte de São Francisco, o frade ressaltou que, para o Santo de Assis, a morte não foi um momento de temor, mas de acolhimento. Francisco via a morte como uma “irmã”, uma passagem para o reencontro definitivo com o Senhor. Essa perspectiva nos convida a olhar para a nossa própria vida, perguntando como estamos permitindo que o amor de Cristo deixe marcas em nós.
Frei Fidêncio concluiu sua homilia com um chamado à conversão e à entrega total
ao amor de Deus, lembrando que as marcas que deixamos no mundo são sinais de esperança.
A celebração, então, se transformou em um momento de reflexão e oração, onde todos puderam reconhecer suas próprias marcas deixadas pelo amor divino e se comprometer a viver uma vida que espelhe essas marcas de compaixão, misericórdia e paz.
Ao final, a assembleia uniu-se em um canto de louvor, celebrando não apenas a vida de São Francisco, mas também a força e a esperança que o amor de Deus nos oferece.
Já no dia 4 de outubro, a Paróquia de São Francisco na Vila Clementino, celebrou com grande alegria o dia do santo, marcando também os 800 anos das chagas de Cristo impressas no corpo de Francisco. A celebração das 12h foi presidida pelo Pároco, Frei Valdecir,OFM, que, na sua homilia, convidou os presentes a refletirem sobre a vida de São Francisco como um testemunho do amor que deixa marcas profundas. Frei Valdecir começou sua homilia ressaltando que São Francisco, apesar de viver de forma simples, teve uma vida que deixou um impacto duradouro na história e nas vidas de muitos. Ele mencionou que as chagas de Francisco são um sinal poderoso de que o amor verdadeiro sempre se manifesta e deixa marcas. A vida de São Francisco nos convida a uma transformação interior, à simplicidade e a viver o Evangelho de forma concreta.
O pároco destacou a passagem de São Paulo, que nos lembra da importância de nos gloriarem apenas na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo. Essa reflexão levou a todos a entenderem que, muitas vezes, nos deixamos levar pela busca de reconhecimento e status, enquanto o que realmente importa é o amor que recebemos e oferecemos. São Francisco, ao deixar para trás a vida de luxo, abraçou a pobreza e encontrou beleza no amor de Deus, que se manifesta nas pequenas coisas da natureza e no cuidado com os mais necessitados.
A homilia também enfatizou que todos nós enfrentamos desafios e preocupações diárias — com trabalho, saúde e relacionamentos. Nesse contexto, o exemplo de São Francisco se torna um farol, mostrando-nos que, ao nos colocarmos nas mãos de Deus e reconhecermos que viver o amor de Cristo é o que realmente importa, encontramos a verdadeira paz. As marcas que as experiências de vida deixaram em São Francisco foram não apenas físicas, mas também espirituais, tornando-o um sinal vivo de Cristo para todos ao seu redor.
Frei Valdecir então trouxe à tona o Evangelho do dia, no qual Jesus nos convida a ir a Ele para encontrar alívio nas nossas lutas. Ele lembrou que frequentemente buscamos forças em fontes temporais, mas devemos lembrar que Jesus é a verdadeira fonte de paz.
A simplicidade e humildade de São Francisco foram fundamentais para que ele encontrasse essa paz, e o frade nos desafiou a refletir sobre o que significa deixar que o amor de Cristo marque nossas vidas hoje.
O pároco concluiu sua homilia enfatizando que viver o amor de Deus significa cuidar uns dos outros, expressando esse amor através de gestos de solidariedade e presença.
Ele também lembrou que São Francisco, como padroeiro da ecologia, nos ensina a respeitar e cuidar da criação de Deus, deixando um mundo melhor para as futuras gerações.
A festa se estendeu por todo o dia com a presença dos freis na porta da igreja, dando bênçãos e acolhendo pessoas e animais, em um gesto que reflete a alegria e compaixão franciscana. A festividade incluiu também o tradicional do bolo de São Francisco e outras iguarias, proporcionando um momento de comunhão e alegria entre todos os presentes.
Que a vida e os ensinamentos de São Francisco continuem a inspirar cada um de nós a deixar marcas de amor e compaixão em nossas comunidades, seguindo seu exemplo de simplicidade e cuidado pela criação e pelos mais necessitados.
artigo por: Diego Bello Doze