Assim, inicia-se em Francisco uma inversão total de sua escala de valores. Para melhor conhecer a vontade do Senhor foi necessário que tudo aquilo que antes lhe era amado e desejado possuir, passasse então a desprezar. Com sua conversão escolhe praticar a vida de penitência. E o que antes lhe causava desprezo ou era amargo suportar, convertera para ele na doçura da alma e de corpo.
Com revelação Divina, podemos entender que Francisco não se converteu a uma filosofia de vida ou a um tipo de ideologia. a conversão de Francisco está relacionada a uma Pessoa. Mas, não se envolve com um personagem histórico do passado, e sim, com o Cristo vivo, presente, que fala com ele. Cristo tornar-se para ele” o caminho, verdade e vida” em sua busca de conhecer a Deus Pai (Ad.1,1).
Sua vida de penitência se inspirará cada vez mais a Cristo como o servo perfeito, que manifesta seu amor profundo e total ao Pai, aceitando viver a vida dos homens, suportando a fome, a sede, o sofrimento e, finalmente, a morte em uma cruz para a salvação de todos. Francisco quer ser como Ele. Cristo é o servo perfeito do grande Rei, Francisco também o será.
A experiência da impressão das chagas no monte Alverne, dois anos antes de sua morte, retrata o ápice de toda a vida de um homem convertido a Cristo. Francisco o imita perfeitamente, de uma tal intensidade que devia desembocar quase que normalmente na estigmatização. Assim como Francisco imita a Cristo, padece com ele na Cruz:
“O Senhor, meu Jesus Cristo, duas graças eu te peço que me faças antes de eu morrer: a primeira é que, em vida, eu sinta na alma e no corpo, tanto quanto possível, aquelas dores que Tu, doce Jesus, suportaste na hora da tua dolorosa paixão. A segundo, é que eu sinta, no meu coração, tanto quanto possível, aquele excessivo amor, do qual Tu, filho de deus, estavas inflamado, para voluntariamente suportar uma tal paixão por nós pecadores” (3ª Cons. Estigmas).
Os estigmas da atualidade
De acordo com o Papa, a exemplo do santo de Assis, todo cristão é chamado a ir ao encontro dos “estigmatizados” pelas dores da vida:
“Um discípulo de Jesus encontra no estigmatizado São Francisco um espelho de sua identidade. É por isso que o cristão é chamado a se dirigir de maneira especial aos “estigmatizados” que encontra: os “marcados” pela vida, que carregam as cicatrizes do sofrimento e da injustiça sofrida ou dos erros cometidos. E, nessa missão, o Santo de La Verna é um companheiro de viagem, apoiando-os e ajudando-os a não se deixarem esmagar pelas dificuldades, pelos medos e pelas contradições, próprias e alheias. Se você quiser conhecer bem o Cristo sofredor, procure um franciscano.”
A unidade franciscana
Francisco ressaltou a importância da unidade presente no carisma dos Frades Menores, e sublinhou que este também é um chamado de Cristo Crucificado para a missão que lhes foi confiada:
“Seu Santo Fundador lhes oferece um poderoso lembrete para que façam a unidade em si mesmos e em sua história. De fato, o Crucifixo que lhe aparece em La Verna, marcando seu corpo, é o mesmo que foi impresso em seu coração no início de sua “conversão” e que lhe havia indicado a missão de “reparar sua Igreja”.
Fontes: Frei Daniel Dellandera, OFM: Mosteiro da Luz e Vatican News